Siron Franco

Gessiron Alves Franco (Goiás Velho/GO, 1947)

Pintor, escultor, ilustrador, desenhista, gravador e diretor de arte. Siron Franco tem uma produção artística de predominância pictórica, em que mescla ora num vocabulário surrealista, ora com abstrações ainda passíveis de identificação alegórica, comentários críticos sobre problemas sociais e personagens da cultura pop e do cerrado goiano.

Natural da antiga capital do estado de Goiás, em 1950 o artista muda-se com a família para Goiânia. Em 1959, aos 12 anos, passa a frequentar como ouvinte as aulas do curso livre de artes da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás), onde permanece até 1964. Ali estuda pintura com os artistas D. J. Oliveira e Cleber Gouvêa, que o influenciam em sua futura produção, e frequenta também os ateliês de estudos anatômicos. Simultaneamente aos seus estudos informais, Siron executa diversos retratos e paisagens do cerrado para a elite de Goiânia, a fim de arcar com os custos do curso e auxiliar a vida doméstica, e investe numa figuração gráfica grotesca e criticamente caricatural.

A série mais conhecida do artista, e que desencadeia uma mudança paradigmática em sua produção, é o conjunto de obras ligadas ao acidente radioativo do Césio 137, em Goiânia, em setembro de 1987.1 A demora no atendimento aos contaminados e na contenção dos danos causados pela radiação, além do descaso jurídico dos responsáveis pelo abandono irregular do aparelho na clínica de tratamento médico, afeta profundamente Siron, principalmente por seu vínculo afetivo com o local, onde no passado vive em situação de rua. 

Como resultado de seu estado de indignação, o artista produz telas, desenhos e esculturas já não mais tão teatrais e caricatos como sua produção da década de 1970, mas então próximos a algumas estratégias compositivas do pintor espanhol Antoni Tàpies (1923-2012), em que há uma economia de elementos de fundo e um destaque às pontuais imagens que funcionam como alegorias da tragédia radioativa, como silhuetas das vítimas, menções urbanísticas e arquitetônicas ao local da tragédia, e, principalmente, o uso do amarelo fosforescente em menção à letalidade da substância e da terra retirada diretamente do entorno da cidade de Goiânia.

Ainda que com predomínio da pintura em sua obra, a produção de Siron Franco tem uma variedade técnica e material bastante rica, coerente com seus temas, que seguem das crônicas do cotidiano à crítica às fissuras sociais, com enfoque considerável na contingência do entorno de Goiás, com sua população laboral e indígena.

Fonte: Itaú Cultural.

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