Regina Silveira

Regina Scalzilli Silveira (Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 1939)

Artista multimídia, gravadora, pintora e professora. Com diferentes linguagens, sua obra explora temas que passam pela composição da imagem, pela reinvenção da representação, pelo poder e pela política. Gradua-se, em 1959, em pintura no Instituto de Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (IA/UFRGS), onde é aluna dos pintores Aldo Locatelli (1915-1962) e Ado Malagoli (1906-1994). No início dos anos 1960, tem aulas de gravura com o austríaco Francisco Stockinger (1919-2009) e com Marcelo Grassmann (1925-2013), no Ateliê Livre da Prefeitura Municipal de Porto Alegre.

Tem aulas de pintura com Iberê Camargo (1914-1994), artista que exerce forte influência na poética de Silveira. Com ele, absorve a maneira de encarar a técnica como um meio e não um fim, e aprende a duvidar dos códigos de representação preestabelecidos e cristalizados. No fim da década de 1960 e começo de 1970, produz esculturas e serigrafias ainda de forte tradição geométrico-construtiva. Inicia trabalhos com malhas geométricas e perspectivas, como Labirintos (1971). Na série de serigrafias Middle Class & Co (1971-1972), trata da questão da dilaceração do indivíduo na sociedade contemporânea, intervindo sobre fotografias com recortes, diagramações e reticulações. A apropriação de imagens fotográficas torna-se constante na obra da artista, que lhe acrescenta uma dimensão semântica.

Em 1967, estuda na Faculdade de Filosofia e Letras de Madri como bolsista do Instituto de Cultura Hispânica. Em 1969, é convidada a ministrar cursos na Faculdade de Artes e Ciências da Universidade de Porto Rico. Em 1973, volta ao Brasil e coordena o setor de gravura da Faculdade de Artes Plásticas da Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), onde permanece até 1985.

Em 1974, passa a lecionar na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Na mesma instituição, defende dissertação de mestrado em 1980 e obtém o título de doutora em 1984. Como docente, tem importante papel na formação de vários artistas das novas gerações, como Ana Maria Tavares (1958), Rafael França (1957-1991), Mônica Nador (1955) e Iran do Espírito Santo (1963). 

Em 1981 e 1983, participa como artista convidada da Bienal de São Paulo. Nessa década, começa a explorar questões relativas à representação visual. Na série Anamorfas (1980), interessa-se pela subversão dos sistemas de perspectiva. Fotografias de objetos cotidianos são redesenhadas com o intuito de obter compressões, dilatações e dobras.

No fim dos anos 1980, inclui discussões políticas em suas obras, como a abordagem do papel social da mulher em Carrinho de Chá (1986) e as reflexões sobre o poder em Monudentro (1987). A vertente social segue na produção da década seguinte, sobretudo em Encuentro (1991) e The Saint’s Paradox (1994).

De 1991 a 1994, vive em Nova York, com bolsas de estudo concedidas pela John Simon Guggenheim Foundation (1991), pela Pollock-Krasner Foundation (1993) e pela Fulbright Foundation (1994). Em 1995, recebe bolsa de artista residente da Civitella Ranieri Foundation e, em 1998, é novamente artista convidada da Bienal de São Paulo. 

Ainda nos anos 1990, começa a intervir no espaço com a aplicação de silhuetas sombreadas, em tinta ou látex, sobre paredes ou pisos. Algumas obras apresentam ampla relação com a arquitetura, como Vértice (1994) ou Escada Inexplicável II (1999), nas quais oferece ao espectador a ilusão de profundidade.

Regina Silveira tem um importante papel na formação de artistas contemporâneos e um trabalho que perpassa várias linguagens das artes visuais e explora questões próprias da representação imagética e temas sociais e políticos.

Fonte: Itaú Cultural.

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