Maria Tomaselli

Maria Tomaselli Cirne Lima (Innsbruck/Áustria, 1941)

Pintora, desenhista, gravadora. Em sua cidade natal, estuda desenho com Heinz Kühn (1908 – 1987), em 1962, e se diploma em filosofia, em 1965. Muda-se para Porto Alegre em 1969 e, durante dois anos, estuda pintura com Iberê Camargo (1914-1994). Inicia a formação em artes gráficas em 1971, com aulas de xilogravura com Danúbio Gonçalves (1925), no Ateliê Livre da Prefeitura de Porto Alegre. Em 1972, vai morar em São Paulo, onde faz um curso de serigrafia com Paulo Menten (1927), frequenta a Escola Brasil e é premiada na 2ª Exposição Internacional de Gravura, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Muda-se para o Rio de Janeiro em 1975, onde inicia um curso de gravura em metal no Museu de Arte Modernade do Rio de Janeiro (MAM/RJ). Em Olinda, a partir de 1979, liga-se então à Oficina Guaianases de Gravura. Funda, em 1980, o ateliê MAM de litografia com as artistas Anico (1948) e Marta Loguércio. Nessa década recebe bolsas de estudo do Instituto Austríaco-Italiano, em Roma, e do Instituto Austríaco-Francês, em Paris.

No fim dos anos 1980 e início dos 1990, Maria Tomaselli realiza pinturas nas quais explora uma gama cromática variada e viva, utilizando aquarela e acrílica sobre algodão. Nesse período, porém, a maneira de usar a cor vai se transformando aos poucos. As cores ficam mais independentes do desenho, e os planos da pintura passam a ser cada vez mais definidos por manchas de cor e menos por linhas. No quadro Variações sobre uma Aquarela (1989), por exemplo, a composição é toda estruturada com linhas claramente traçadas, que subdividem o espaço em planos menores e conferem à pintura um desenho bem definido, quase geométrico. Essas linhas servem de limite para as cores empregadas, organizando sua distribuição no plano pictórico. Na tela No Espaço (1992), Maria Tomaselli abandona as cores como preenchimento e dilui as fronteiras entre elas. Ao mesmo tempo, sua paleta torna-se mais rebaixada e tende a um monocromatismo de tons mais suaves, como se coubesse às próprias cores encontrar uma convivência harmoniosa entre si, sem depender da intervenção da linha, que, apesar de presente, tem sua força compositiva diminuída em favor da fluidez na passagem de uma cor a outra. Com essas mudanças, as figuras antropomórficas das pinturas também se transformam, destacando-se menos e tornando-se mais homogêneas em relação ao fundo.

Fonte: Itaú Cultural.

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