Fayga Ostrower

Fayga Perla Ostrower (Lodz/PL, 1920 – Rio de Janeiro/RJ, 2001)

Gravadora, pintora, desenhista, ilustradora, ceramista, escritora, teórica da arte, professora. Precursora da abstração na técnica da gravura, exerce também importante atividade como educadora e escritora. 

Vem para o Brasil em 1934 e se estabelece no Rio de Janeiro. Cursa artes gráficas na Fundação Getúlio Vargas (FGV), em 1947, onde estuda xilogravura com o pintor austríaco Axl Leskoschek e gravura em metal com ítalo-brasileiro Carlos Oswald.

Na década de 1940, realiza gravuras figurativas, de linguagem expressionista e cubista, como ocorre em Lavadeiras (1947), tratando frequentemente de temas sociais. Nas várias gravuras com o tema  da maternidade, os traços são delicados, com delineamento bastante sintético das figuras. A artista realiza também ilustrações para periódicos e livros. Trabalha tanto com gravura em metal quanto com xilogravura, técnica que prevalece durante sua primeira individual, em 1948.

A partir de 1953, a artista abandona a figuração e volta-se para o abstracionismo. Como aponta o crítico Antônio Bento, nas gravuras da artista os elementos formais assumem, por vezes, caráter arquitetônico, pela ordenação que ela imprime às linhas, aos ritmos e às cores. O jogo harmônico de planos coloridos verticais e horizontais estabelece contraponto aos efeitos cromáticos. 

Em 1955, viaja para Nova York como bolsista da Fulbright Comission, trabalha no Brooklyn Museum Art School e estuda gravura no Atelier 17, do artista britânico Stanley William Hayter. É agraciada com importantes premiações, como o Grande Prêmio Nacional de Gravura da Bienal de São Paulo, em 1957, e o Grande Prêmio Internacional de Veneza, em 1958.  

A artista também tem longa trajetória como docente. Entre 1954 e 1970, leciona no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/SP). Ao longo dos anos de 1960, ministra aulas na Spellman College, Atlanta, nos Estados Unidos, e na Slade School da Universidade de Londres, na Inglaterra. Atua na pós-graduação de universidades brasileiras e procura expandir o alcance da arte, desenvolvendo cursos para operários e centros comunitários. 

Em suas gravuras, apresenta rigor expressivo e uso impactante da cor, que cria espacialidades luminosas, além de técnica apurada e questionamento incessante sobre a essência da criação artística. A partir da década de 1970, dedica-se à aquarela, nas quais retoma sugestões de paisagem e se revela mais lírica.

Em 1969, a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro lança um álbum de gravuras realizadas entre 1954 e 1966. Atuando como escritora e teórica da arte, publica livros sobre questões de arte e criação artística, entre eles Criatividade e processos de criação (1978), Universos da arte (1983), Acasos e criação artística (1990) e A sensibilidade do intelecto (1998).  

Em 1983, é realizada no Museu Nacional de Belas Artes (MNBA) a retrospectiva dos quarenta anos de sua obra gráfica e, em 1995, a exposição Gravuras 1950-1995, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), no Rio de Janeiro. Em 2001 é lançado pela GMT Editora o livro Fayga Ostrower, organizado por Carlos Martins.

Fayga Ostrower explora a expressão artística de diferentes formas e ângulos. Como gravadora e pintora, desenvolva a temática social e a linguagem abstrata com rigor técnico e apuro no uso das cores e, por meio da educação e da escrita, tematizou o processo de criação e buscou ampliar o acesso à arte.

Fonte: Itaú Cultural.

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