Aldemir Martins

Aldemir Martins (Ingazeiras/CE, 1922 – São Paulo/SP, 2006)

Pintor, gravador, desenhista, ilustrador. Reconhecido pela produção figurativa amplamente difundida nos meios de comunicação, Aldemir Martins recorre a um repertório formal constantemente retomado, no qual se destacam: aves, sobretudo os galos; cangaceiros, inspirados nas figuras de cerâmica popular; gatos, realizados com linhas sinuosas; e ainda flores e frutas.

Começa a desenhar no Colégio Militar de Fortaleza, que frequenta desde 1934. Na década de 1940, trabalha como artista na capital cearense, ao mesmo tempo que busca atualizar o então incipiente meio artístico da cidade. No princípio da carreira, em 1941, ajuda a criar o Centro Cultural de Belas Artes (CCBA), com Mario Baratta (1915-1983), Antonio Bandeira (1922-1967), Raimundo Cela (1890-1954) e Inimá de Paula (1918-1999). O grupo monta um espaço para exposições permanentes e organiza salões e cursos de arte. Três anos depois, a instituição passa a se chamar Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP). Martins produz desenhos, xilogravuras, aquarelas, pinturas e colabora, a partir de 1943, como ilustrador na imprensa cearense.

Em 1945, segue para o Rio de Janeiro com Antonio Bandeira e Inimá de Paula. Na cidade, participa de uma coletiva de artistas cearenses na Galeria Askanasy, organizada pelo pintor suíço Jean-Pierre Chabloz (1910-1984). No ano seguinte, muda-se para São Paulo, onde realiza sua primeira exposição individual no Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB) e retoma a carreira de ilustrador. Entre 1949 e 1951, frequenta os cursos do Museu de Arte de São Paulo (Masp) e se torna monitor da instituição. Lá estuda história da arte com Pietro Maria Bardi (1900-1999) e gravura com Poty Lazzarotto (1924-1998). Durante o curso, produz o álbum de gravuras Cenas da seca do Nordeste, com prefácio de Rachel de Queiroz (1910-2003). Os trabalhos revelam a importante influência de Candido Portinari (1903-1962) tanto no tratamento do tema como no traço de Martins. Em 1951, faz desenhos de paus-de-arara, rendeiras e cangaceiros, trabalho que no mesmo ano recebe o prêmio aquisição para desenho na 1ª Bienal Internacional de São Paulo.

Dois anos mais tarde, realiza o cenário da peça Lampião, de Rachel de Queiroz. Em 1956, é premiado como melhor desenhista internacional na 28ª Bienal de Veneza e expõe em diversas partes do mundo. Em 1959, recebe o prêmio de viagem ao exterior do Salão Nacional de Arte Moderna e permanece por dois anos na Itália. Na década de 1960, trabalha muito com arte aplicada a objetos comerciais. Em 1962, cria cenário para o 1º Festival da MPB, produzido pela TV Record, e elabora estampas para tecidos da Rhodia Têxtil. Faz ilustrações dos aparelhos de jantar da série Goyana de Cora. A partir da segunda metade dos anos de 1960, cria esculturas de cerâmica e acrílico, além de joias em ouro e prata. Em 1969, ilustra bilhetes de loteria. Seis anos mais tarde, cria a imagem de abertura da telenovela Gabriela, da Rede Globo. Em 1981, repete a experiência na abertura da telenovela Terras do sem fim.

É pelo diálogo com o popular, pela encarnação de arquétipos da brasilidade com seus tipos e temas e pelo uso de linhas fortes e cores vibrantes do imaginário nacional que a obra de Aldemir Martins se projeta com destaque na cultura brasileira.

Fonte: Itaú Cultural.

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