Franz Weissmann
Franz Joseph Weissmann (Knittelfeld/Áustria, 1911 – Rio de Janeiro/RJ, 2005)
Escultor, desenhista, pintor e professor. Por meio da aplicação de técnicas do figurativismo e do construtivismo – movimento do qual é um dos precursores no Brasil –, consolida-se como importante criador de esculturas em espaços públicos do país. Sua obra tem como traços característicos os contornos de espaços vazados e a valorização das formas geométricas.
A família de Weissmann chega ao Brasil em 1921 e se estabelece no interior de São Paulo. Em 1927, ele se muda para a capital paulista, onde leciona português a estrangeiros e entra em contato com as artes plásticas em visitas a exposições. Em 1929, a família se transfere para o Rio de Janeiro. Ingressa na Escola Nacional de Belas Artes (Enba) em 1939. Durante dois anos, passa pelos cursos de arquitetura, pintura, desenho e escultura, mas não se adapta ao ensino acadêmico e abandona a Enba em 1941. De 1942 a 1944, estuda desenho, escultura, modelagem e fundição no ateliê do escultor polonês August Zamoyski, com quem aprende as técnicas tradicionais do campo.
Na busca pela essência da figura, realiza esculturas cada vez mais geometrizantes, nas quais o espaço vazado já aparece como um elemento definidor. No decorrer da carreira, o “vazio ativo” – como o artista define tais espaços –, torna-se uma obsessão. É do jogo entre o plano e suas articulações com o elemento vazado que nasce a tridimensionalidade aberta para o mundo das esculturas de Weissmann. A partir da década de 1950, começa a abandonar o estilo figurativo e, gradualmente, elabora um trabalho de cunho construtivista, com valorização das formas geométricas submetidas a recortes e dobras, por meio do uso de chapas de ferro, fios de aço, alumínio em verga ou folha. As primeiras experiências construtivistas, determinantes para o desenvolvimento e a consolidação dessa estética no Brasil, culminam na obra Cubo Vazado (1951), um dos marcos iniciais do estilo.
Nos anos 1970, recebe o prêmio de melhor escultor da Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA) e participa da Bienal Internacional de Escultura ao Ar Livre, em Antuérpia, na Bélgica, e da Bienal de Veneza. Ao longo do tempo, mantém-se fiel ao processo de criação, sobretudo ao trabalho direto com o material e a manufatura de modelos com cortes e dobraduras, os quais são posteriormente ampliados numa metalúrgica.
Um dos personagens mais importantes do movimento construtivista no Brasil, Franz Weissmann prioriza a exploração dos limites da forma e a realização de esculturas que dialogam com o público e interagem com o espaço urbano.
Fonte: Itaú Cultural.
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