Eugênio de Proença Sigaud
Eugênio de Proença Sigaud (Santo Antônio do Carangola/RJ, 1899 – Rio de Janeiro/RJ, 1979)
Foi pintor, gravador, artista gráfico, ilustrador, cenógrafo, crítico, professor, arquiteto e poeta. Formou-se em engenharia agronômica em 1920, na Escola de Agronomia de Belo Horizonte. Em 1921 frequenta o curso livre da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA), e foi aluno de Modesto Brocos. Mais tarde, em 1927, ingressa no curso de arquitetura da Enba, que concluiu em 1932. Sigaud participou do 38º Salão Nacional de Belas Artes, organizado em 1931 pelo urbanista Lucio Costa (1902-1998), conhecido como Salão Revolucionário por permitir a exibição da obra de todos os inscritos, causando a polêmica que leva ao afastamento do urbanista da direção da instituição. Em seguida Sigaud formou-se, ao lado de Quirino Campofiorito, Milton Dacosta , Joaquim Tenreiro e José Pancetti, o Núcleo Bernardelli, em 1931. Movimento de oposição ao conservadorismo reinante na Enba, o grupo propõs, entre outras iniciativas, a democratização do ensino técnico e o acesso livre aos salões de arte. Em 1935, o grupo é expulso dos porões da Enba por pressão dos acadêmicos, mas continua unido até o início da década seguinte. Também em 1935 Sigaud ingressou no Grupo Portinari, agremiação informal que se reúne em torno de Candido Portinari, tendo como uma de suas principais linhas de atuação a pintura mural. Tornou-se um dos principais porta-vozes do muralismo ao publicar, no mesmo ano, o artigo Por que É Esquecida entre Nós a Pintura Mural?, no Jornal de Belas Artes. Foi um dos artistas brasileiros selecionados para a 1ª Bienal Internacional de São Paulo, no Pavilhão do Trianon. A convite de seu irmão, o bispo dom Geraldo Sigaud, projeta e decora a Catedral Metropolitana de Jacarezinho, no Paraná, entre 1954 e 1957.
Além das cenas de trabalho, confessadamente influenciadas por sua atividade como engenheiro e arquiteto, Sigaud dedica-se à pesquisa técnica, explorando ampla gama de suportes, materiais e linguagens. Na pintura, por exemplo, experimenta diversos recursos, indo da tinta a óleo e aquarela às obras com encáustica, têmpera e afresco. No campo da pintura mural, sua obra de maior destaque é o painel que realiza na década de 1950 para a Catedral de Jacarezinho, no Paraná, a convite de seu irmão, o bispo de tendência conservadora dom Geraldo de Proença Sigaud. Nessa obra, executada juntamente com uma série de modificações arquitetônicas, o artista – que não hesita em reafirmar sua condição de ateu e comunista – concilia a representação das cenas religiosas com uma espécie de inventário da população local, inserindo na obra uma série de retratos, de celebridades, figuras populares e anônimas.
Fonte: Itaú Cultural.
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