Rubens Gerchman

Rubens Gerchman (Rio de Janeiro/RJ, 1942 – São Paulo/SP, 2008)

 Pintor, desenhista, gravador, escultor. Com tendências vanguardistas e elementos quase sempre extraídos da realidade cotidiana, a obra de Rubens Gerchman privilegia temas da vida popular da metrópole. Contaminado pelo universo da cultura de massa, retrata as multidões e o mundo impresso das páginas dos meios de comunicação.

Em 1957, frequenta as aulas de desenho do Liceu de Artes e Ofícios do Rio de Janeiro em 1957 e o curso de xilogravura com Adir Botelho (1932). Entre 1960 e 1961, estuda na Escola Nacional de Belas Artes (Enba). Dois anos depois desse período, sua primeira exposição ocorre na Galeria Vila Rica, no Rio de Janeiro. Mostra guaches e painéis, predominantemente em preto e branco, com cenas urbanas bucólicas. Nos trabalhos, as multidões aparecem de forma pouco detalhada, reafirmando o anonimato dos indivíduos e tendo o pintor francês Jean Dubuffet (1901-1985) como referência. Pinta concursos de miss, jogo de futebol, narrativas de telenovelas e histórias em quadrinhos.

Na coletiva Opinião 66, mostra obras críticas da situação brasileira, como Caixas de morar, Elevador social e Ditadura das coisas. Na época, faz seus primeiros trabalhos tridimensionais, vinculados às discussões da Nova Objetividade Brasileira. Esse debate se materializa em exposição em 1967, unindo artistas como Hélio Oiticica  e Carlos Vergara. No mesmo ano, é premiado pelo Salão Nacional de Arte Moderna (Snam). Com o prêmio, muda-se para Nova York, onde reside entre os anos de 1968 e 1972. Lá se dedica a poemas visuais tridimensionais e faz peças como Air e SOS, de 1967, e Tool, de 1970. Ainda nos Estados Unidos, ajuda a organizar o boicote à Bienal Internacional de São Paulo, nomeada de “Bienal da Ditadura”. A partir de 1972, suas esculturas ganham a forma de múltiplos, com os quais o artista obtém grande sucesso comercial.

Em 1973, retorna definitivamente ao Brasil. Faz sua primeira retrospectiva, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/SP), além de atuar no roteiro, na cenografia e na direção do filme Triunfo hermético e de realizar os curtas ValCarnal e Behind the Broken Glass. Um ano depois, participa da fundação da revista Malasartes. Na época, faz gravuras em colaboração com Claudio Tozzi e Hélio Oiticica. Sua obra usa a palavra escrita e mostra grande afinidade com a arte conceitual.

A partir de 1975, assume a direção da Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV/Parque Lage). No período, dedica-se a telas feitas com base nas narrativas dos quadrinhos e na produção popular de imagens, como em Virgem dos lábios de mel (1975). Em 1981, a convite da arquiteta Lina Bo Bardi, realiza painel de azulejos para o Sesc Fábrica Pompéia, em São Paulo. Nos anos 1980, retoma a pintura realista. Realiza quadros e relevos e se ocupa, sobretudo, de temas como a criminalidade e as multidões e de aspectos pitorescos da vida na cidade, como em Banco de trás (1985) e Beijo (1989). Essas pinturas são mais coloridas e gestuais. Aproxima-se das correntes do neoexpressionismo da época. Na década de 1990, as figuras de suas telas são trabalhadas em esculturas e litografias. Publica o álbum de litografias Dupla identidade (1993), com texto do poeta Armando Freitas Filho (1940). Como docente, ministra cursos no Brasil e no exterior. Em 2000, lança álbum com 32 litografias, primeiro volume da coleção Cahier d’Artiste, da Lithos Edições de Arte. Na trajetória de Rubens Gerchman, a pesquisa da linguagem se une a figuras anônimas e outros elementos da vida urbana para compor retratos da metrópole e de seus problemas.

Fonte: Itaú Cultural.

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