Oswaldo Goeldi

Oswaldo Goeldi (Rio de Janeiro/RJ, 1895 – 1961)

Gravador, desenhista, ilustrador e professor. Aplicando técnicas como a xilogravura e a litografia, Oswaldo Goeldi alcança expressividade sombria com temas mórbidos em seus desenhos. Muda-se para Belém, Pará, com 1 ano, onde vive até os 6 anos, quando a família se transfere para Berna, na Suíça. Ingressa no curso de engenharia da Escola Politécnica de Zurique, em 1914, mas interrompe os estudos em razão da convocação para a 1ª Guerra Mundial .  

Em 1917, após a morte do pai, abandona a engenharia, transfere-se para Genebra e passa seis meses na École des Arts et Métiers [Escola de Artes e Ofícios]. Abandona o curso por julgá-lo acadêmico demais e faz aulas no ateliê dos pintores suíços Serge Pahnke e Henri van Muyden. A primeira exposição individual (1917) na Galeria Wyss, em Berna, promove o encontro com a obra do ilustrador austríaco Alfred Kubin, grande influência artística e com quem se corresponde por vários anos. O contato é decisivo para a formação de Goeldi, que se interessa pelo aspecto imaginativo e sombrio das cenas de Kubin. Os desenhos do período, ambientados em cenários aterradores, incorporam temas mórbidos. Nessa década, aproxima-se do pintor suíço Hermann Kümmerly e faz as primeiras litografias.

Em 1919, fixa-se no Rio de Janeiro e atua como ilustrador nas revistas Para Todos, Leitura Para Todos e Ilustração Brasileira. Expõe no saguão do Liceu de Artes e Ofícios (1921), mas a mostra é mal recebida pela imprensa e lhe dá a medida da resistência do meio artístico brasileiro ao panorama europeu. Apesar da recepção negativa, o evento o aproxima de escritores, artistas e intelectuais interessados na renovação criativa, como Manuel Bandeira, Di Cavalcanti e Rachel de Queiroz.

Em 1941, trabalha na ilustração das Obras Completas do escritor russo Dostoiévski, publicadas pela Editora José Olympio. Também realiza imagens para a revista Clima e para livros de Cassiano Ricardo. Em 1950 expõe na 25ª Bienal de Veneza e, em 1951, ganha o prêmio de gravura da 1ª Bienal Internacional de São Paulo. Os trabalhos dessa década contam com cores mais fortes, como em O Ladrão (ca.1955), que apresenta formas coloridas nos intervalos da mancha negra que predomina na cena. No ano de 1952, dá aulas na Escolinha de Arte do Brasil, e, em 1955, leciona na Escola Nacional de Belas Artes (Enba), no Rio de Janeiro, onde abre uma oficina de xilogravura. Realiza a primeira retrospectiva (1956), no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP). Anos mais tarde, o Centro Cultural Banco do Brasil realiza exposição comemorativa do centenário do seu nascimento (1995), no Rio de Janeiro. Os tons escuros e o traçado preciso de Oswaldo Goeldi dão forma ao assombro e à estranheza. O vasto legado do artista envolve trabalhos em parceria com escritores e intelectuais.

Fonte: Itaú Cultural.

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