Ado Malagoli

Ado Malagoli (Araraquara/SP 1906 – Porto Alegre/RS, 1994)

Muito jovem, deixou sua cidade e partiu para São Paulo para aprimorar sua formação profissional. Aos dezesseis anos, já trabalhava como ajudante de Francisco Rebolo, pintando florões, guirlandas e pequenas cenas que decoravam as paredes das mansões no início do século XX.

No período inicial de sua carreira, entre 1922 e 1927, Malagoli estudou na Escola Profissional Masculina e, mais tarde, no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. Nessa época estreitou relações com Rebolo, Volpi e Mário Zanini, artistas que, em 1935, formariam o Grupo Santa Helena. Aos vinte e um anos, mudou-se para o Rio de Janeiro, ingressando na Escola Nacional de Belas Artes, em 1927. Entre 1931 e 1942, fez parte, juntamente com Edson Motta, João José Rescalla, Bustamante Sá e outros artistas do grupo chamado Núcleo Bernardelli. Ao lado de suas atividades artísticas, dedicou-se ao retoque de fotografias, à crítica jornalística e à publicidade. Enquanto isso escalava passo a passo, os prêmios da Escola Nacional, até chegar ao mais elevado, que era o da viagem ao exterior. Em 1943, partiu para estudar nos Estados Unidos. Três anos depois, retornou ao Brasil, já mestre consagrado, com sua primeira exposição individual em Nova Iorque, onde vendeu todos seus quadros.  Malagoli, além de pintor maduro, tornou-se também restaurador de pintura. Entregou-se com afinco às tarefas acadêmicas, alargando seus conhecimentos de História da Arte e das técnicas de restauro pictórico, nas universidades de Nova Iorque e Columbia.

Entre 1946 e 1952, de volta ao Brasil, Malagoli, com uma vida financeiramente instável, trabalhou em ateliês de amigos e lecionou desenho na Associação Brasileira de Belas Artes (ABBA), na Associação Brasileira de Desenho (ABD), no Rio de Janeiro, e ainda em Juiz de Fora, Minas Gerais. Em 1949, arrebatou o prêmio de viagem ao país do Salão Nacional de Belas Artes. Foi quando conheceu outro ítalo-paulista, Ângelo Guido, radicado em Porto Alegre e professor do Instituto de Belas Artes, que o convidou para trabalhar nessa mesma instituição de ensino.

Malagoli mudou-se para Porto Alegre, em 1952 e com Ângelo Guido e Fernando Corona, buscou construir o sistema das artes no Rio Grande do Sul. A chegada de Malagoli no Instituto de Belas Artes (IBA) estimulou a atualização dos conhecimentos artísticos e trouxe inovações metodológicas ao ensino da pintura. Em 1954, foi nomeado Diretor de Artes da Divisão de Cultura da Secretaria de Educação do Estado. Nesse cargo, propôs e recebeu apoio para a fundação de um Museu de Arte, a exemplo do que se fizera há pouco em São Paulo e Rio de Janeiro. Em 27 de julho de 1954, foi criado o atual Museu de Arte do Rio Grande do Sul, instalado em 1957, provisoriamente, no Theatro São Pedro. Malagoli foi seu primeiro diretor, permanecendo no cargo até 1959.

Na década de 60, o artista dedicou-se mais às atividades de professor e de pintor. Em 1969, convidado a participar dos festivais de Ouro Preto, estabeleceu laços estreitos com os artistas locais, obtendo reconhecimento pela excelência de seu trabalho e freqüentando vários festivais da região.

Ao longo de sua vida artística, Malagoli realizou diversas exposições coletivas e individuais no Rio Grande Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais, Argentina, França e Estados Unidos, além de inúmeras participações nos Salões do Núcleo Bernardelli e Salões Nacional e Paulista de Belas Artes. Malagoli também conquistou diversas medalhas, entre eles a Menção Honrosa na Exposição Internacional promovida pela Guggenheim Foundation, com patrocínio da UNESCO (NY, EUA, 1956).

Até as vésperas de sua morte, em 4 de novembro de 1994, Malagoli participou de momentos de consagração por seu trabalho como professor e artista: em 1976, na comemoração de seus 70 anos de idade, em 1982, em comemoração aos 60 de atividade artística, quando recebeu o título de Doutor Honoris Causa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e, em 1986, quando completou, junto com o poeta Mário Quintana, seus 80 anos de vida.

Fonte: Museu MARGS.

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