Julio Plaza

Julio Plaza González (Madrid/Espanha, 1938 – São Paulo/SP, 2003)

Artista intermídia, pesquisador, escritor, curador, professor. Destaca-se por ser pioneiro no desenvolvimento tecnológico das artes com novos suportes e mídias.

Inicia a prática artística nos anos 1950, na Espanha do pós-guerra. Autodidata, frequenta museus e exposições pela Europa para ampliar seu repertório artístico. Sua obra floresce nos anos 1960, época em que poetas, músicos, escritores e pintores debatem poéticas da modernidade, como os problemas de produção e consumo da arte, industrialização e implantação de uma sociedade de massa. 

Depois de viver em Paris e San Juan (Porto Rico), fixa residência na capital paulista em 1973. Durante os anos 1970, sai do domínio das formas para explorar a semântica da imagem na linguagem e nos recursos de reprodução técnica. As reflexões sobre os suportes da arte e o funcionamento e a inclusão deles em um sistema mais vasto levam Julio Plaza a abandonar a arte como objeto de decoração e de manipulação econômica e a se iniciar em práticas e poéticas voltadas à comunicação. Para Plaza, o artista deve se tornar alguém que, antes de criar objetos artísticos, deve interferir na percepção da realidade, isto é, um criador de situações mais do que de objetos acabados.

Plaza torna-se elemento-chave no engajamento de artistas para a experimentação da holografia. Em 1985, dentro da mostra Arte e tecnologia, no Museu de Arte Contemporânea (MAC), no câmpus da Universidade de São Paulo (USP), organiza uma primeira exposição coletiva de obras suas e de Augusto de Campos, Décio Pignatari (1927-2012), Moysés Baumstein (1931-1991) e de outros artistas. O poema, que já era espacial na poesia concreta, torna-se tridimensional e ataca a linearidade do texto escrito, propondo uma espécie de hypertexto no qual não há hierarquia de leitura.

Nos anos 1990, Plaza se dedica às imagens digitais, revisitando os temas explorados na década anterior com o videotexto e a holografia, adaptando-os ao novo contexto digital. Assim, traduz o poemóbile “Luz Mente Muda Cor”, de Augusto de Campos, para holografia e para computação gráfica; Quadrado negro sobre fundo branco, do russo Kazimir Malevitch (1878-1935), para instalação multimídia; Noosfera, de Décio Pignatari, para cartaz/poster; Vai e vem, de José Lino Grunewald (1931-2000), para ambiente sonoro; e O Livro das mutações (I Ching), para filme.

Com uma obra notável e inovadora, Julio Plaza é reconhecido publicamente como um nome importante da arte contemporânea no Brasil e no exterior.

Fonte: Itaú Cultural.

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