Renot

Reinaldo Eliomar de Freitas Marques da Silva (Santa Luzia, BA ,1932 – 2021, São Paulo, SP)

Em 1957, aos 25 anos, começou a pintar tendo por inspiração o cangaceiro Lampião, personagem que marcou o imaginário nordestino com suas aventuras. Em 1960 iniciou um movimento em Salvador que incentivou o mercado de arte local. Em sociedade com amigos, fundou a Galeria Manoel Querino que foi palco de mostras de grandes artistas brasileiros que com ele expuseram: Di Cavalcanti, Djanira, Manabu Mabe, Aldemir Martins, Antonio Bandeira e muitos outros.

O nome Renot foi criado pela direção do jornal da Bahia ainda na década de 60 para assinatura da coluna social de título “Gran Mond”, na qual o artista dava notas sobre a sociedade baiana, alcançando enorme prestígio. A coluna assinada por ele foi transferida para o jornal Estado da Bahia, pertencente ao complexo Diários Associados. Em 1969 foi convidado pelo então Governador de São Paulo, para participar da exposição coletiva de inauguração do Paço das Artes. Entre os maiores incentivadores de sua obra estavam o diretor do Museu do Estado Carlos Eduardo da Rocha e Jorge Amado.

No fim dos anos 60 mudou-se definitivamente para São Paulo e, em 1972, inaugurou a legendária Galeria Renot nos Jardins, onde promoveu exposições de Francisco Rebolo, Aldemir Martins, Pennacchi, José Antonio da Silva, Di Cavalcanti, Cícero Dias, Rubens Gerchman, entre dezenas de grandes artistas. Renot sempre foi um homem dedicado à cultura, com sua atenção voltada especialmente para as artes plásticas, sendo referência no mundo artístico. Exerceu papel de destaque na divulgação e comercialização da obra de dezenas de artistas.

Em 2008 foi realizada a Exposição “Renot em 20” na Cristal Pizza Bar, apresentando as obras do artista em várias fases de sua carreira e um grande quebra-cabeça a partir de uma de suas obras, que foi montado na exposição.

Em 2014, após décadas de dedicação, Renot encerrou as atividades da Galeria Renot, dedicando-se inteiramente a sua obra. O artista mostra a natureza com sensualidade, combinando matizes de cores que se escondem atrás dos casarios ou brotam da vegetação tropical do recôncavo. Em suas obras a realidade brasileira é caracterizada em todo seu mistério, exotismo e aspectos únicos. O mundo criado por Renot é onírico, sensual e mágico, onde a fantasia e a realidade são indivisíveis. No trabalho deste grande artista há a predominância da flora e da fauna da Bahia, sempre com a presença marcante das cores e, em especial, o azul e suas variações. Jaime Maurício afirmou que na arte de Renot “seu desenho é um poema e sua tapeçaria um afresco”.

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