Vicente do Rego Monteiro
Vicente do Rego Monteiro (Recife/PE, 1899 – 1970)
Pintor, escultor, desenhista, ilustrador, artista gráfico e poeta. Sua diversificada atuação envolve áreas como a dança, a poesia, a tradução, a docência e, sobretudo, a pintura, fortemente inspirada pela cultura indígena e marcada pela simplificação formal.
Muda-se para o Rio de Janeiro em 1908, ano em que inicia os estudos artísticos, acompanhando sua irmã Fedora do Rego Monteiro em cursos da Escola Nacional de Belas Artes (Enba). No início da carreira, antes de se estabelecer como pintor, dedica-se brevemente à escultura.
Em 1911, a família se muda para Paris, onde o artista frequenta cursos livres das Academias Colarossi, Julian e de La Grande Chaumière. Participa do Salon des Indépendants [Salão dos Independentes], em 1913, do qual se torna membro societário.
No início da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), ele e a família deixam a França e se estabelecem no Rio de Janeiro, em 1915. Realiza a primeira individual, no Teatro Santa Isabel, em Recife, em 1918, e dois anos mais tarde expõe no Rio de Janeiro e em São Paulo. Nessa mostra, já revela o interesse pelas lendas e costumes da Amazônia, referência presente em grande parte de suas obras. A curiosidade pela cultura indígena, aliada à grande paixão pela dança, o levam a realizar o espetáculo Lendas, Crenças e Talismãs dos Índios do Amazonas (1921), no Teatro Trianon, no Rio de Janeiro, elogiado pelo poeta e crítico Ronald de Carvalho.
A década de 1920 é o período mais produtivo do artista. Estuda a arte marajoara das coleções do Museu Nacional da Quinta da Boa Vista, o que interfere em sua produção artística. Essa inspiração pode ser notada em aquarelas que representam lendas indígenas, recorrendo à figuração geométrica e também à ornamentação da cerâmica marajoara, como em Mani Oca e O Boto (ambas de 1921).
Em 1921, retorna a Paris e deixa algumas pinturas com Ronald de Carvalho, que decide incluí-las na seleção de obras expostas na Semana de Arte Moderna de 1922. Neste momento, interessa-se pelas estilizações formais do art déco. Na obra A Caçada (1923), o pintor utiliza o recurso de estilização das figuras, que apresentam certa tensão muscular e assumem o aspecto de engrenagens, tendo as obras do pintor francês Fernand Léger (1881-1955) como parâmetro.
A produção de Vicente do Rego Monteiro tem como eixo comum a simplificação formal e o uso de uma gama cromática reduzida, aspectos aliados à interpretação do art déco. Tem importante papel na interlocução artística entre Brasil e França e na propagação da produção modernista internacional no país natal.
Fonte: Itaú Cultural.
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